O Cricket Brasília mostrou seu desenvolvimento e equipes em uma ótima matéria do Centro Universitário IESB – Instituto de Ensino Superior Brasília.

Leiam mais sobre a matéria abaixo e conheça mais sobre o cricket na capital e nosso esporte!

Reportagem de Sabrina Felinto

Muita gente não sabe, mas o Distrito Federal tem um time de críquete. Na verdade, dois. Os times brasilienses, tanto masculino quanto feminino, têm sido muito bem sucedidos nos campeonatos de que participam.

Quem conta é o jogador Aravind Krishnan, 31 anos, engenheiro, indiano de nascimento. Ele chegou ao Brasil em 2008 para fazer um mestrado em engenharia elétrica na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Ao fim dos estudos, começou a trabalhar e decidiu ficar no Brasil, vindo morar em Brasília em 2013. Aqui, conheceu a Associação Brasiliense de Cricket (Abrac), e voltou a praticar o esporte que, segundo ele, na Índia é como futebol no Brasil. “Todo mundo joga críquete em qualquer lugar aberto e aprende o esporte desde os 8 ou 9 anos de idade”.

De acordo com a associação, o esporte foi introduzido no Brasil há mais de cem anos por trabalhadores ferroviários britânicos que realizavam trabalhos na construção de ferrovias nas regiões sul e norte do Brasil. O críquete tornou-se um esporte popular entre as crianças brasileiras, que desenvolveram uma versão simplificada, chamada de “bete” ou “taco”, e que continua sendo um esporte popular entre a juventude atual. A Abrac foi fundada em 1989 e é filiada à Associação Brasileira de Cricket (ABC). Atualmente, o clube brasiliense tem a sua base no Clube Cultural e Recreativo Nipo-Brasileiro de Brasília e também joga na Esplanada.

O críquete é um esporte que exige apenas um bastão, luvas, bolas e proteção para as pernas. O objetivo do jogo é rebater a bola arremessada pelo atacante, protegendo uma casinha, chamada wickets, que é sustentada por três pedaços de madeira. Cada time pode ter 11 jogadores. Quando o time está no ataque usa dois jogadores, e quando está na defesa joga com todos. Os pontos são marcados rebatendo a bola. Se um dos defensores agarrar a bola antes que ela toque o chão, o ataque não marca pontos.

O críquete em Brasília

De acordo com Krishnan, no Brasil há mais de 25 times do esporte, sendo que sete são os times masculinos estaduais que disputam o campeonato brasileiro: Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Distrito Federal, Espírito Santo, Amazonas e Paraná. Dos times femininos, apenas dois, o de Brasília e o formado em Poços de Caldas (MG), fazem parte do campeonato brasileiro.

No Distrito Federal, o time masculino tem uma subdivisão em três outros times, por nacionalidade. Um é formado apenas por brasileiros e se chama Candangos. O outro é formado por asiáticos, como indianos, paquistaneses, bengaleses e cingaleses e, o terceiro, por estrangeiros de várias outras nacionalidades. O time feminino não possui divisão por nacionalidade e é formado quase exclusivamente por brasileiras.

A nutricionista esportiva Erika Reinehr, 38 anos, é a capitã da seleção brasileira feminina de críquete. Ela conheceu o esporte há nove anos. Erika diz gostar do críquete porque ele é “completo, tem a parte física, as estratégias e o charme britânico”. Ela afirma que a modalidade é igual para ambos os sexos, e os times masculino e feminino chegam a montar times mistos para treinar. Para a nutricionista, a proximidade com as colegas de time também é muito importante. “A equipe de Brasília é formada por meninas que acima de tudo são amigas, somos uma família!”, conta.

Tanto entrosamento tem sido refletido nos resultados. De acordo com Aravind Krishnan, o time feminino foi campeão do campeonato feminino nos anos de 2013, 2014 e 2015, sempre vencendo o time de Poços de Caldas. Já os homens obtiveram bons resultados na Copa Amizade, nos anos de 2014 e 2015, também vencendo o time mineiro. Além disso, a seleção masculina é vice-campeã do campeonato brasileiro de 2015, ficou em terceiro em 2014 e em segundo lugar em 2013.

Parte destes resultados vem da dedicação de Alexandre Miziara, 38 anos, médico, capitão do time de Brasília. Ele gostava muito de “bete” durante a infância e, em um curso oferecido pela Universidade de Brasília (UnB), em 2009, começou a treinar com o intuito de se tornar um membro da seleção brasileira.

Para o médico, entre os atrativos do esporte estão o trabalho em equipe, a necessidade de condicionamento físico e a oportunidade de participar de uma seleção nacional. Ele também gosta da convivência com estrangeiros e, consequentemente, do conhecimento de outras culturas. Mas o melhor do esporte, para Alexandre, ainda é a questão lúdica. “Continuo jogando ‘bete’, mas de uma forma muito mais complexa e divertida”, afirma.

Como capitão, Alexandre acredita que o melhor que pode fazer para o time é dar o exemplo de dedicação, valorização do esporte e disciplina tática. “Tento ainda fazê-los entender o quanto a preparação física é importante, além de adaptar treinos de exercícios funcionais com ênfase na musculatura mais exigida pelo críquete”.

Planos para o futuro

Um dos planos da associação para fazer o esporte se desenvolver, de acordo com Miziara, é apresentar o críquete para crianças e jovens, para aumentar o nível do campeonato brasiliense e consequentemente ter mais material humano para posteriores seleções.

Por isto, um projeto de ensinar críquete na escolas foi apresentado em Poços de Caldas – MG, onde hoje quase 1.200 crianças praticam o esporte em escolas públicas, toda semana. Em Brasília, um projeto semelhante comeou este ano, com a apresentação do esporte em escolas públicas de São Sebastião. De acordo com Aravind Krishnan , há de 120 a 150 crianças jogando críquete, em três escolas do DF. O objetivo, segundo ele, é ter times profissionais na cidade compostos somente por brasileiros, em vários níveis como adulto, sub 13, sub 17, que possam ganhar os campeonatos.

O calendário típico do esporte começa em março e termina em novembro. Os treinos dos times brasilienses são todas as terças e quintas-feiras no Clube Nipo, de 17h às 20h e os jogos, aos sábados e domingos também no clube, ou na Esplanada. Para contatar a Associação Brasiliense de Cricket, basta ligar para (61) 8265 2935 /9291 1204, enviar e-mail para cricketbrasilia@yahoo.com.br ou visitar a página no Facebook, www.facebook.com/cricketbrasilia.